Às 11h14 desta segunda-feira, as ações ON da Petrobras tinham queda de 20,63% e as PN, 20,71%
As ações da Petrobras começaram a semana com queda de
20%, puxando o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, que recua
mais 5%, e também os papéis de outras estatais, como Eletrobras e Banco
do Brasil. A forte queda é uma reação do mercado financeiro à
interferência do presidente da República, Jair Bolsonaro, no comando da
petroleira.
Na sexta-feira, ele indicou o general e ex-ministro
da Defesa Joaquim Silva e Luna, atualmente diretor-geral brasileiro de
Itaipu Binacional, para assumir a presidência da Petrobras e um assento
no Conselho de Administração da estatal. Na mesma sexta-feira, após
declarações de Bolsonaro, as ações tiveram queda de quase 8% e a empresa
perdeu R$ 28,2 bilhões em valor de mercado.
Às 11h14 desta
segunda-feira, as ações ON da Petrobras tinham queda de 20,63% e as PN,
20,71%. Eletrobras ON caía 7,11% e as ações do Banco do Brasil recuavam
12,29%.
O Ibovespa registrava perdas de 5,50%.
O dólar, em alta desde a abertura dos negócios, avançava 2,35%, cotado a R$ 5,5121.
Na
Bolsa de Nova York, o American Depositary Receipts (ADR) da Petrobras,
recibos de ações negociadas por lá, despencava mais de 16% no
pré-mercado.
Para membros do conselho de administração da
Petrobras, a mudança no comando da empresa é vista como inevitável.
Alguns conselheiros da estatal estudam votar pela recondução do
presidente Roberto Castello Branco, mas o estatuto dá poder à União para
fazer a troca.
O mercado também acompanha novas mudanças
prometidas por Bolsonaro. No sábado, ele disse que fará trocas no
governo envolvendo o primeiro escalão. “Eu não tenho medo de mudar, não.
Semana que vem deve ter mais mudança aí para… E mudança comigo não é de
bagrinho, não, é tubarão”, disse a apoiadores. “Vamos meter o dedo na
energia elétrica, que é outro problema também”, completou.